Uma pausa

Contos de Natal: Caubi

Apesar de ter nascido em São Paulo, nunca passei um único Natal aqui na cidade. Meu final de ano sempre foi (inclusive será este ano também) no interior {em Monte Azul Paulista} com a família toda reunida. E as lembranças são as melhores que poderia ter, e que me formaram a minha pessoa de hoje, em relação à fé, família e amor.

Minha mãe sempre montou duas árvores de Natal: uma em São Paulo e outra no sítio e eu sempre ajudava a pendurar as bolas, organizar os enfeites e laços. A gente caprichava muito, para deixar tudo lindo para o Papai Noel.

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E o Papai Noel sempre apareceu. Minha madrinha sempre arranjava um jeito de fugir da reunião de família para se fantasiar. E, quando estávamos todos distraídos, dava pra ouvir o som do sino para saber que ele estava chegando. E era muito especial! Papai Noel sabia muito sobre mim, sobre minha família e sempre acertava nos presentes que eu queria ganhar.

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E a tradição foi passada para a minha irmã, que também cresceu acreditando no Papai Noel e toda magia que ele carregava no saco na noite de Natal. Hoje eu acredito que o Papai Noel surgiu na minha família para nos unir ainda mais e trazer aquela alegria e esperança de que o final do ano era sempre uma época de comemoração e felicidade – sentimentos que passávamos o ano todo alimentando com a fé de que algo bom estaria por vir. E sempre deu certo. Não tinha uma pessoa que não abrisse o maior sorrisão quando ouvia o barulho do sino e os passos das botas subindo pelas escadas.

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Era um acontecimento na família! Meus pais, avós, tios e primos curtiam muito a chegada do Papai Noel e ele era festejado por todos. E, ao longo dos anos o Papai Noel foi ficando cada vez mais famoso e mais bonito (as roupas foram ficando melhores com o tempo), atraindo a curiosidade da vizinhança. Logo, nosso Papai Noel também entregava presentes às crianças vizinhas e ia embora em cima de uma camionete que passeava pela cidade toda, para provar que ele estava ali, sempre presente.

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Não sei bem ao certo quando ele deixou de nos entregar seus presentes. Quando fiquei um pouco maior, descobri que era minha madrinha (foi quando passou a fazer sentido o porquê a cachorrinha da madrinha gostava tanto de ficar no colo do Papai Noel!) e logo minha irmã descobriu também e nos anos seguintes ele não foi mais nos visitar.

O que o Papai Noel nos deixou foi tão maravilhoso que fica difícil esquecer sua passagem pela família. A família cresceu e ainda hoje continuamos a nos reunir e a acreditar que o Natal é a época que mais fortalece nossos laços; não importa se o ano foi bom ou ruim, o Natal sempre vai chegar para nos mostrar a importância da confraternização e união. Talvez este seja o verdadeiro espírito do Papai Noel, que nunca vai deixar a minha família.

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E talvez ele volte, quem sabe poderei passar essa crença aos meus filhos e sobrinhos?

SobreCaubi

Paulista de sotaque e raízes caipiras. Aquariana, corinthiana, administradora, louca das plantas, eterna romântica e dona de casa amante de panos de prato, potinhos e canecas. Um pouco fotógrafa, aprendiz de escritora, cozinheira em evolução, artesã nas horas vagas e sempre otimista. Dramática e criativa, atravessando os 30 com histórias [quase] normais.

2 comentários

  1. nossa Gabriela me emocionei muito com as suas palavras. Que tempo gostoso foi aquele! Mas não. podemos falar nada, porque os nossos Natais ainda são muito alegres e divertidos com muito amor e muita união! Vamos aguardar o Papai Noel com muitas alegrias em nossos corações e muita Fé na mensagem que o Nosso Cristo nos deixou. beijos Tia Bioca

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