Uma carta para minha irmã

Dizem que irmão a gente não escolhe, ele simplesmente aparece em nossas vidas. E chega com todas as surpresas de quem até então era filho único jamais poderia imaginar.

Irmão mais novo nasce em nossas vidas junto com os sentimentos de ciúme e amor. Egoísmo e amor. Ódio e amor. O irmão é o único que desperta a raiva por mexer em nossos brinquedos favoritos sem pedir autorização e o amor por ter alguém com quem vivenciar e inventar novas brincadeiras.

Ter irmão é aprender a dividir e multiplicar ao mesmo tempo. É ter um cúmplice e alguém para culpar quando as coisas se complicam. Ter irmão é contar (e até mesmo sem pedir) com aquele ombro amigo, aquele cafuné e aquele travesseiro quando muitas vezes nem sua mãe te entende.

Sou quatro anos mais velha mas na maioria (se não todas) das vezes me sinto como a mais nova. Irmão protege, briga com todo mundo por nossa causa, mesmo quando estamos errados. E a gente se ama, se arranca os cabelos e se rouba roupas. E a gente se entende.

Eu acredito que a minha irmã me escolheu para me ajudar a ser um pouco melhor a cada dia. Ser mais paciente, humilde e generosa com ela e com as outras pessoas. E hoje tive mais uma prova disso: ela lembrou que fez um ano que me mudei de casa (foi oficialmente em 25 de maio – sábado), que nossas vidas mudaram e que conseguimos ficar ainda mais unidas – mesmo porque qualquer problema eu só mando uma mensagem e ela vem correndo passar a noite comigo.

Ganhei o presente mais fofo que um irmão poderia dar: um conjunto de perfumes para casa com nosso cheirinho de infância – melancia. Incríveis e que deixaram minha casa toda cheirosa e perfumada.

É muito amor. Até a gente brigar de novo.

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