Mãe, casei

Não sou uma pessoa romântica, mas também não vou mentir falando que não gosto de flores. Gosto sim; afinal, quem não gosta? Falo que não sou romântica daquelas que prepara jantares à luz de velas ou escreve enormes cartas de amor. Não sou assim. Nunca tive o sonho de me casar de noiva ou ter um cachorro chamado Pompom. Sou prática e objetiva e realmente não me importo em abrir a minha própria porta do carro e empurrar a cadeira do restaurante.
Do que eu realmente gosto (ou amo) são surpresas. E minha história com o namorido é recheada delas, com um toque de aventura e histórias fora do senso comum.
Para começar, ele me pediu em namoro no estacionamento de um shopping, uma semana depois de que começamos a ficar. Saí para jogar boliche e voltei namorando. E um mês depois ele foi conhecer a minha família. Num jantar com meus pais? Não, no enterro de um tio. Ele encarou a família toda de uma vez. E, quando eu pensei que ele ia fugir, foi um dos momentos em que ele mais me deu apoio.
Natal de 2008. Ele me deu uma caixa de uma joalheria. E quando fui abrir, pensando que era um anel de compromisso: não, era um relógio. E no ano seguinte, também no Natal, veio o compromisso “oficial” com a aliança, quando eu menos esperava.
Então nos formamos e eu com pressa queria mesmo era formar nossa família. Depois de um tempo e uma longa viagem, ele volta com uma aliança de surpresa pra mim e tira uma do bolso, pra ele. Liguei para minha mãe: “estou noiva!” e ela quase caiu no telefone “como assim está noiva? Estou no mercado e vocês ficaram noivos?”. E do mesmo jeito, entre conversas, discussões e contas, decidimos morar juntos. E comemoramos num bar. Sem padre, sem papel ou vestido branco. Ali mesmo, oficializamos a união.

E hoje, sozinha abandonada por uma viagem a trabalho de duas semanas fora do país, namorido me envia uma foto com a aliança na mão esquerda. Sim, agora é oficial. Mãe eu acho que eu casei. E nunca fui tão feliz.

Lição do dia: casar à distância é muito mais emocionante.