3 de dezembro de 2015. Poderia ter sido o fim, mas na verdade foi apenas o começo. Ou o recomeço de uma nova vida. Quando a gente pensa que os dramas e as tragédias só acontecem na tevê ou com pessoas distantes, não imaginamos que um dia pode acontecer com a gente também, quando menos esperamos.
Na noite da última quinta-feira, ao chegar em casa, fui assaltada. Levaram tudo aquilo que poderia ser carregado: carteira, celular, dinheiro, documentos e meu carro. A gente sempre aconselha as pessoas a entregar tudo e a não reagir e todo mundo que te fala pra ter calma provavelmente não passou por situação parecida. Acredite: na hora, não é nada como a gente imagina. Bate um desespero, revolta e a terrível sensação de impotência. Tudo aquilo que você batalhou, lutou e pagou ~ no meu caso ainda estava pagando ~ com o suor do trabalho ser levado em minutos é triste.
Eu confesso que errei ao reagir durante o assalto. Lutei fisicamente com o assaltante na tentativa inútil de salvar alguma coisa: ele deixou pra trás a chave da minha casa e a minha integridade física. Apesar dos arranhões, não sofri nada e, quando conto para as pessoas sobre a reação que eu tive, a resposta é sempre a mesma “você teve sorte”. Sim, contei muito com a sorte e com o desespero do assaltante, que só queria o meu carro pra fugir daquele lugar. Contei com a sorte de ter pessoas incríveis que cruzaram meu caminho: desde o segurança do prédio, o porteiro, minha família e a polícia, que encontrou meu carro poucos minutos depois e ajudou a conter meu pânico.
Poderia ter sido pior. Quinta-feira poderia ter sido a minha última noite por aqui, mas a vida me deu a oportunidade de ser a primeira, de novo. Uma noite para repensar atitudes e dar valor ao que realmente importa: a vida. Esta não tem preço, parcelas nem reparação. Eu fiquei pensando em tudo o que poderia ter acontecido ou não naquela noite mas, não adianta. “E se” não muda o presente, mas pode ajudar a consertar o futuro. Respire fundo e, no minuto de desespero, lembre: celular a gente compra outro, carro tem seguro e para documentos há segundas vias. O resto, nada mais importa. Faça o que eu digo mas não o que eu fiz: coloque sempre a vida em primeiro lugar porque não é sempre que a gente tem uma segunda chance.
Gabi,
As reações são sempre inesperadas nessas situações. Agradecer a proteção Divina que recebemos é o mínimo que a gente pode fazer. Fico feliz por você não ter sofrido nada e continuar aqui com a gente pra contar a história! Feliz vida nova! Beijão