A fábula do chinelo azul

Sabe aquele chinelinho velho que todo mundo tem em casa e não larga de jeito nenhum? Então. O meu é (ou pelo menos era) um branquinho de tecido atoalhado que minha mãe me deu assim que me mudei. Meu xodó. Se estou em casa, estou com ele. Antes do trabalho, para me maquiar, durante o final de semana – é o acessório obrigatório de casa! Ou pelo menos era até ontem.

O destino do pobre chinelo mudou quando minha irmã voltou da faculdade com um estojo rosa, o qual estava com o interior todo sujo por causa de uma canetinha roxa que havia estourado dentro dele. E para atender este socorro, fui logo deixando o estojo no tanque e jogando água pra tentar resolver e salvar o estojo – um presente que eu tinha dado pra ela, inclusive. Neste momento a água da torneira era azul e tinha tinha escorrendo por todos os cantos do tanque, como se houvesse uma caixa de hidrocor lá dentro.

O problema maior aconteceu quando, nessa emoção de lavar o estojo, não havia reparado que eu mesma (sim, EU!) tinha colocado o chinelo branco pra lavar ANTES de colocar o estojo dentro do tanque. E o que era um chinelo fofinho encardido virou uma verdadeira lambança. Não sabia se eu ria ou chorava. Se jogava o estojo pela janela ou o chinelo no lixo. Tentei todos os métodos conhecidos de limpeza para reparar o estrago – água sanitária, Vanish e sabão em pó. Mas sabe aquele momento em que a gente tenta consertar as coisas e só piora? Então. Quanto mais eu mexia, mais azul ficava o chinelo. Resolvi deixar o coitado o dia todo de molho com todos os produtos de limpeza misturados e, olhem o resultado:

Detalhe: eu não podia tirar o estojo do tanque porque ele pingava água azul mais do que caixa de leite furada. Juro. Não sei por quanto tempo vou aguentar essas experiências. Se eu manchar alguma roupa, desisto dessa vida de doméstica.

Lição do dia: nunca misture objetos manchados de caneta com demais peças de roupa.