Borboletas no estômago. De novo.

É inevitável. Um dia todos nós iremos nos apaixonar. E nos entregar de corpo, alma, coração e todo o resto que temos a oferecer. E iremos dramatizar nossas vidas como cenas de uma novela mexicana. Nós sofreremos por uma paixão não correspondida e por amar demais.

Algum dia todos nós iremos sofrer por uma decepção amorosa; por alguém que deixou nosso coração despedaçado e partiu de nossas vidas sem a menor razão. E quando este dia chegar, teremos a certeza de que nossa vida acabara naquele momento; não haverá esperança ou solução. Todos os discursos de amor eterno e histórias de contos de fada serão as maiores mentiras contadas. Odiaremos o amor, o romance, qualquer novela, dia dos namorados e chocolates em formato de coração.

E nem que seja por uma vez só, a gente fica triste, desaba em prantos, morre de raiva, emagrece e não pára de comer. Tudo ao mesmo tempo. E a gente se fecha para a vida e para o mundo.
Quantas vezes a gente achou, jurou e prometeu que aquela seria a última vez que nos sentiríamos miseráveis e vulneráveis? Eu já me prometi algumas “últimas vezes”. Nós fazemos muitas promessas para que nossas almas e nossos corações possam se curar, cicatrizar, conseguir se levantar e continuar a viver. E, eventualmente, tudo vai voltar a ficar bem de novo. Até acontecer de novo. E acredite: acontece.

Quando a gente não espera e não planeja, a onda vem e nos derruba. De novo. Borboletas no estômago, mãos suando frio, palpitação no peito. Sem controle das palavras ou dos pensamentos. Sim. Estamos nos apaixonando. De novo. Contrariando todas as expectativas, planos e promessas, nosso coração nos pega de surpresa. E justo com você, que havia prometido que da próxima vez estaria preparado e não deixaria ser levado pela emoção.

Admita: todos nós sofremos, prometemos e nos enganamos. A vida nos coloca em situações surpreendentes, as quais muitas vezes achamos que não vamos superar. E superamos. Não sei como, mas a gente consegue resistir e sobreviver. Tentar evitar as emoções que a vida nos reserva não é viver; é apenas existir. E de que adianta, afinal, existir, sem sentir?

Não podemos mentir: todo mundo precisa de uma vida de amores, alegrias, tropeços, quedas e superações. Por uma vida com mais borboletas no estômago, frios de furacão e emoções de montanha-russa.

Imagem: Love, snow