“Conversa entre pai e filho, por volta do ano de 2031 sobre como as mulheres dominaram o mundo.
— Foi assim que tudo aconteceu, meu filho… Elas planejaram o negócio discretamente, para que não notássemos. Primeiro elas pediram igualdade entre os sexos. Os homens, bobos, nem deram muita bola para isso na ocasião. Parecia brincadeira. Pouco a pouco, elas conquistaram cargos estratégicos: Diretoras de Orçamento, Empresárias, Chefes de Gabinete, Gerentes disso ou daquilo.
— E aí, papai?
— Ah, os homens foram muito ingênuos. Enquanto elas conversavam ao telefone durante horas a fio, eles pensavam que o assunto fosse telenovela. Triste engano. De fato, era a rebelião se expandindo nos inocentes intervalos comerciais. “Oi querida!”, por exemplo, era a senha que identificava as líderes. “Celulite”, eram as células que formavam a organização. Quando queriam se referir aos maridos, diziam “O regime”.
— E vocês? Não perceberam nada?
— Ficávamos jogando futebol no clube, despreocupados. E o que é pior: Continuávamos a ajudá-las quando pediam. Carregar malas no aeroporto, consertar torneiras, abrir potes de azeitona, ceder a vez nos naufrágios. Essas coisas de homem.
— Aí, veio o golpe mundial?
— Sim o golpe. O estopim foi o episódio Hillary-Mônica. Uma farsa. Tudo armado para desmoralizar o homem mais poderoso do mundo. Pegaram-no pelo ponto fraco, coitado. Já lhe contei, né? A esposa e a amante, que na TV posavam de rivais eram, no fundo, cúmplices de uma trama diabólica. Pobre Presidente…
— Como era mesmo o nome dele ?
— William, acho. Tinha um apelido, mas esqueci… Desculpe, filho, já faz tanto tempo…
— Tudo bem, papai. Não tem importância. Continue…
— Naquela manhã a Casa Branca apareceu pintada de cor-de-rosa. Era o sinal que as mulheres do mundo inteiro aguardavam. A rebelião tinha sido vitoriosa! Então elas assumiram o poder em todo o planeta. Aquela torre do relógio em Londres chamava-se Big-Ben, e não Big-Betty, como agora… Só os homens disputavam a Copa do Mundo, sabia? Dia de desfile de moda não era feriado. Essa Secretária Geral da ONU era uma simples cantora. Depois trocou o nome, de Madonna par a Mandona…
— Pai, conta mais…
— Bem filho… O resto você já sabe. Instituíram o Robô “Troca-Pneu” como equipamento obrigatório de todos os carros… A Lei do Já-Prá-Casa, proibindo os homens de tomar cerveja depois do trabalho… E, é claro, a famigerada semana da TPM, uma vez por mês…
— TPM?
— Sim, TPM… A Temporada Provável de Mísseis… É quando elas ficam irritadíssimas e o mundo corre perigo de confronto nuclear…
— Sinto um frio na barriga só de pensar, pai…
— Sssshhh! Escutei barulho de carro chegando. Disfarça e continua picando essas batatas…”
Luis Fernando Veríssimo.
ahahahahhhhh….é nóis mulherada!!!!
Hahaha sempre sempre!! 🙂
Muitooo bom.. hahahaha
Veríssimo é sempre bom!! 🙂
Não brinca não !!!
Somos Poderosas ……….hahahaha
Com certeza!!
As melhores 😉