O manjericão suicida

São Paulo é mesmo uma cidade imprevisível. Aqui é o único lugar em que você dorme com calor e acorda com frio. E esta noite foi exatamente assim: deitei de shorts e levantei desesperada atrás de um par de meias. No meio tempo entre acordar, tomar café e ligar a tevê (sim, este é um ritual sagrado) fui regar as minhas plantas.

Pimentas: check.
Jabuticabeira: check.
Manjericão. Onde estava o vaso de manjericão? Às 6h da manhã ninguém tem os parafusos no lugar e a dupla de neurônios Tico/Teco ainda está meio sonolenta, então demorei um tempo pra assimilar o sumiço do manjericão.

Fiquei perambulando pela casa com um regador em uma mão e uma xícara de café na outra ao som do jornal da manhã e suas informações de trânsito, quando comecei a puxar na memória a última vez que vi o vaso e aí me lembrei: deixei o manjericão “tomando um ar” à noite na janela da lavanderia.

Corri direto pra lá e vi os rastros do acidente: terra no parapeito da janela. Olhei para baixo e lá estava ele, jogado à beira da janela do meu vizinho do primeiro andar. A planta de um lado e o vaso foi lançado para outro lado, em cima do teto da garagem.

Que tragédia.

Lição do dia: temos que estar sempre preparados para as adversidades que aparecem em nosso caminho. Mesmo que seja antes das 7h da manhã de uma segunda-feira.