Uma pausa

Por mais exceções às regras

26 jan 2015 • por Caubi • 4 Comentários

Estou naquela idade crítica em que quase metade dos meus amigos está casando e a outra metade está planejando  ter filhos. Faço parte da exceção que não pensa em criança, não casou e sequer tem namorado. Aquele ponto fora da curva que não vive em uma união estável e gastou parte do décimo terceiro salário com a viagem de Carnaval.

Minha mãe já teve seus dias de esperança em ganhar um neto e de preocupação em pensar que poderá não ser avó. Minhas tias sempre me perguntam se já apareceu algum namoro sério para apresentar à família e minha madrinha mantém minha foto junto ao Santo Antônio. Amém.

A questão é que nunca gostei de ser a regra. Sempre usei tênis colorido e até já raspei o cabelo. Era da turma da bolinha de papel na escola, não levo o menor jeito com animais e ainda hoje não consigo me imaginar usando um véu em frente a um padre. Adoro pagode, sertanejo e todo o conteúdo brega que está incluso; não sei dançar, mas isso nunca me impediu de sair pulando por aí.

Passei alguns anos tentando me encaixar. Ser a pessoa meiga e dona de casa que todo marido sonha em ter. Ser aquela esportista e vida saudável que meu médico quer ver. Mas depois de tanto tentar, cansei. Romantismo e delicadeza nunca fizeram parte do meu vocabulário e mesmo assim digo “eu te amo” sempre que tenho vontade. Já tive encontros desastrosos no Tinder mas que nunca me fizeram desistir de querer marcar o próximo.

Azar daquelas pessoas que não me compreendem. E infelizes aqueles que passam a vida tentando se encaixar às regras mesmo sem ter a certeza de que é realmente aquilo que querem para si.
Defendo a liberdade. De expressão, de caminhos, escolhas e de vida. Quero muito encontrar o amor verdadeiro mas isso não significa que devo ficar de olhos e portas fechadas até encontrá-lo. Se engana quem acha que o amor perfeito é aquele que segue regras.

Enquanto houver Carnaval, ainda haverá alegria, paixões, amigos e exceções que, assim como eu, buscam algo além. E sorte a minha, que tenho algumas exceções para me acompanhar nessa jornada e que estarão presentes por muitos outros Carnavais.

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4 Comentários
  1. Maria Helena Goulart de Faria   ///   27/01/2015 - 10H18

    Garota você é DEMAIS…linda …inteligente…sincera…amorosa…amiga…companheira…batalhadora…enfim um verdadeiro TESOURO…

  2. Maria Cleo Goulary   ///   28/01/2015 - 10H33

    Minha linda …. A Felicidade ,a Alegria nunca exigiram Regras .
    Portanto não se curve às espectativas sociais e familiares ……continue a ser o que sempre foi .
    Beijos

  3. maria rita   ///   29/01/2015 - 09H10

    E depois do Carnaval……..

  4. João Fernando Biancardi   ///   30/01/2015 - 04H39

    Regras são estereótipos, imposições, posições e tradição de uma sociedade que não sabe muito bem para onde está indo. Fugir a ela representa mudar, desbravar e se arriscar. Me parece algo muito mais interessante do que o óbvio!

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