Começaram como colegas de trabalho mas logo se tornaram grandes amigas. Normal, visto que passavam ali quase dez horas por dia, todos os dias; uma de frente para a outra. Juliana e Rafaela eram personalidades e departamentos opostos. Almoçavam juntas, riam discretamente dos pequenos acontecimentos do escritório e caminhavam até o mesmo ponto de ônibus; diariamente. Dali pra frente, era cada uma por si.
Rafaela chegava em casa, esquentava sua comida congelada – variação entre lasanha, macarrão e sopa, para os dias de preguiça. Lavava a louça, a roupa e passava o resto da noite deitada no sofá acompanhando os dramas das novelas até a hora de dormir. Em momentos de inspiração, lia algumas páginas de um romance – que está na cabeceira desde março – até pegar no sono. E sonhava com uma grande virada em sua vida, aquele dia em que tudo fosse mudar radicalmente e para melhor. Rafaela acordava em cima da hora, saía de casa com os cabelos molhados e o iogurte na mão. Batom se der tempo…. e brincos? Ufa, ainda bem que carregava sempre um par extra na bolsa. Sentava em frente ao computador já cansada, suspirando toda atrapalhada, reclamando do trânsito, da falta de água, da chuva, do sol, da terça-feira.
Enquanto isso, Juliana já havia começado a trabalhar. Estava lá, cinco minutos antes de bater o ponto, organizando seus emails, pois sabia que atrasos eram imperdoáveis para o seu chefe. Usou o mesmo transporte que Rafaela, mas saía mais cedo para poder deixar seu filho na creche a tempo. E antes de sair de casa deixava a merenda pronta, a casa organizada e os cabelos escovados. E a vida não lhe dava descanso: duas vezes por semana frequentava a faculdade – curso de atualização, sempre bom “estar por dentro” das leis fiscais – preparava o jantar, ajudava o filho no dever de casa enquanto passava seus uniformes antes de lhe contar uma história para dormir. E para a vida, em troca ela sorria de volta sempre.
Os dias de Rafaela e Juliana eram exatamente iguais: 24 horas em cada um deles. Uma delas, porém, sabia que a única certeza destes dias é a de que eles não voltam atrás, então lhe cabia aproveitar cada minuto e torná-los produtivos e inesquecíveis. Juliana vivia tudo intensamente e aproveitava todas as oportunidades. Rafaela, observava de seu sofá os dias de Juliana sem entender como ela conseguia fazer tanto com tão pouco.
Um dia, Rafaela vai entender só depende dela mesma transformar uma simples e comum terça-feira em um dia especial.
Não vale só sermos espectadores da vida ………precisamos
participar ativamente ……Parabéns pela reflexão . Beijos
Preciso aprender a ser Juliana e largar meu vício de Rafaela.
Adorei o post!
Muito obrigada!!
Acho que todos nós temos um pouco de Rafaela né?
Bjoooss