Aos quinze

E ontem me senti com quinze anos de novo. Aahhh a doce sensação de voltar a ser adolescente. Mas não se engane; não voltei a usar aparelho ou passar bilhetinhos com segredos durante a aula. Ontem fui à minha manicure semanal e, ao entrar no salão para pegar uma revista, dentre todas as opções, uma me chamou a atenção: a Capricho. Nossa como eu adorava ler Capricho. Eu era até assinante dessa revista. E pra falar a verdade, ontem eu estava tão de saco cheio de tudo que deixei pra lá as revistas de fofocas de celebridade, pessoas ricas, bonitas e felizes e decidi mudar. Sim, totalmente fora do escopo, escolhi ler a Capricho.

E foi mágico como voltei outra fase da vida: a paquera, as dúvidas de moda e relacionamento, novos filmes e os famosos colírios adolescentes. Foi uma delícia reviver tudo isso e ainda fazer a mão ao mesmo tempo. Mas você percebe que está velha quando vê que o astro do momento é um menino de 17 anos estilo Justin Bieber, enquanto você preferiria ver ali o Brad Pitt ou o Johnny Depp, ambos com mais de 40. Que fase. Quando eu lia Capricho o Ricky Martin era macho, as Spice Girls eram sucesso. Titanic era o filme da moda e pegar carona com a mãe era pagar mico. Vivia de mesada e conseguia fazer sobrar dinheiro no final do mês.

Mas como tudo nessa vida passa, 10 anos depois ainda levo um pouco da adolescência comigo. Continuo do mesmo tamanho, ainda sendo o anão da turma, adoro usar umas roupas que não combinam de vez em quando, ouço música no último volume e choro no cinema como se todas as histórias de amor fossem as mais românticas.

… e depois de terminar as páginas da revista e a mão, fui pra casa. E tinha janta pra fazer.

Lição do dia: como faz pra entrar no túnel do tempo?