Uma pausa

A hora do adeus…

A vida e a morte. Engraçado como as duas estão lado e lado e, na maioria das vezes a gente nem percebe. A morte parece tão distante que, a princípio, ignorar sua existência é o mais fácil a se fazer e o menos dolorido. Até que ela chega perto e, quando chega, a gente começa a dar mais valor à vida.

Não sei exatamente o efeito que a morte causa em cada uma das pessoas – mesmo porque cada um reage de uma forma diferente, mas estar em sua presença nos proporciona uma avalanche de sentimentos que fica difícil até de se explicar. Tristeza talvez seja o primeiro deles, seguida por saudade, comoção e coração apertado. Em alguns casos aparece o arrependimento e aquela vontade de voltar no tempo só para ter falado (ou deixado de falar) aquilo que precisávamos mas nunca tivemos a coragem. O que eu admiro são aqueles que ficam tranquilos perante à morte.

Quando alguém que amamos está indo embora, lembramos tudo o que o que fizemos em vida por aquela pessoa. Será que o abracei o suficiente? Será que sentamos e conversamos sobre tudo? O quanto eu ri e me diverti com aquela pessoa? Será que pude aprender tudo o que ela tinha para me ensinar? Nós brigamos muito por coisa tolas? Não sei. Talvez agora seja tarde demais para tais questionamentos. Deveria ter feito estas perguntas enquanto a vida ainda não estivesse no fim.

E, de perto ou de longe, a morte é a única certeza nesta vida. As pessoas nascem sabendo que vão morrer, com a única dúvida de “quando” o momento vai chegar. Alguns acreditam que já está escrito; outros acham que depende dos caminhos escolhidos. Eu particularmente gosto de viver na dúvida: talvez seja uma boa coisa não saber ao certo quando a vida vai chegar ao seu fim. A vida ganha o elemento surpresa e nos dá a oportunidade de escrevermos nossa própria história, apagar e começar novamente se for necessário. A vida sempre nos dá o tempo suficiente. Até a morte chegar.

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SobreCaubi

Paulista de sotaque e raízes caipiras. Aquariana, corinthiana, administradora, louca das plantas, eterna romântica e dona de casa amante de panos de prato, potinhos e canecas. Um pouco fotógrafa, aprendiz de escritora, cozinheira em evolução, artesã nas horas vagas e sempre otimista. Dramática e criativa, atravessando os 30 com histórias [quase] normais.

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