Não tá fácil

E lá se vai outro dedo…

28 abr 2014 • por Caubi • 3 Comentários

E se passaram quase dois anos desde que saí da casa dos meus pais. Saí de lá sem saber fazer nenhuma tarefa doméstica e fui aprendendo tudo na prática. Claro que houveram alguns acidentes durante o percurso mas, entre mortos e feridos, consegui sobreviver: acredito que quem tem cicatriz tem história para contar.

Ao longo desse tempo aprendi a lavar e passar minha própria roupa, a comprar os produtos certos de limpeza e a fazer com que minhas plantinhas durassem mais. Cozinhar continua sendo um desafio mas já fico feliz em comprar cada vez menos macarrão instantâneo – se você abrir meu armário da cozinha agora, só vai encontrar macarrão integral. Vitória \o/\o/\o/

Mas, como nada nessa vida é como a gente planeja e estou quase a um mês na casa nova, já estava na hora de mais uma aventura atrapalhada, colocando outro dedo em uma situação arriscada.

Semana passada tive que passar um dia em casa para acompanhar o fechamento da sacada com vidro, então tive que fazer home office e ficar de plantão com mais duas pessoas que estavam realizando o serviço, mais precisamente das 09h às 17h. Na hora do almoço, minha mãe veio aqui me trazer uma marmita para que eu pudesse esquentar e comer sem ter que me preocupar em cozinhar.

Então, esquentei o almoço e fui comer apoiada no balcão que divide a cozinha da sala. O problema é que a banqueta estava em uma altura mais baixa, bem desconfortável. Foi quando segurei em sua alavanca para subir a banqueta e regular sua altura. Isso foi com uma mão, a direita. Enquanto isso, a mão esquerda estava apoiada na parte de baixo do balcão, distraída e sem prestar atenção ao que estava acontecendo ao seu redor.

Foi quando rapidamente, a banqueta subiu demais, antes que eu pudesse tirar a minha mão. Resultado: ela ficou presa, bem na parte dos ossos dos dedos. E ficou assim: quanto mais eu tentava puxar a mão, mais doía. E a banqueta só subia pois – assim como todas as cadeiras giratórias – não tinha peso o suficiente para descer.

Fiquei vermelha. E a mão não saía. E os anéis já deixavam minha mão dormente e a pedra de granito parecia ainda mais dura e resistente. E malvada. Foi quando olhei para o lado e vi os moços do vidro trabalhando: pareciam salva vidas num dia de afogamento. Colírio para os olhos. Gritei como uma louca por socorro, desesperada. E o moço sem entender nada olhou pra mim e só empurrou a banqueta para baixo. Os dedos saíram livres. E roxos, inchados. Morrendo de vergonha, agradeci ao moço que salvou minha vida e impediu que eu tivesse que cortar a mão para ter que tirá-la de lá.

Me senti a pessoa mais sortuda do mundo… se não fosse o moço do vidro provavelmente ainda estaria lá aguardando resgate. E é aquele momento em que sua mãe se pergunta porque deixou você morar sozinha e como ainda não colocou a casa abaixo.

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3 Comentários
  1. Natália   ///   28/04/2014 - 09H41

    Hahahha, tava com saudades das histórias trágicas mas engraçadas!

  2. caubi   ///   28/04/2014 - 10H00

    Hahaha nem me fala Naty!! De vez em quando acontecem umas coisas por aqui que até Deus duvida….
    Bjooosss

  3. Maria Helena Goulart de Faria   ///   28/04/2014 - 10H11

    ….que mêdo!!!

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