Uma pausa

As mentiras que nós contamos

22 set 2014 • por Caubi • 2 Comentários

Qual a justificativa para abrir um sorriso ao ganhar um par de meias no Natal, elogiar aquela roupa cafona que a amiga ganhou de presente da tia ou falar para o colega de trabalho o quanto ele emagreceu ou engordou ao voltar de férias. Quem nunca contou estas pequenas mentiras no dia-a-dia? Poderia ficar aqui enumerando dezenas de inverdades que dizemos ao longo de nossa rotina. Mentiras que contamos para não passarmos por situações constrangedoras, para não magoar os outros ou simplesmente porque a verdade muitas vezes passa desapercebida.

O que me faz pensar: como seria uma vida sem mentira nenhuma? Um lugar mais leve e tranquilo ou um caos, repleto de medo e desconfiança? Viver sem ter que pensar antes de falar, sem se preocupar com o que ou como dizer talvez sejam algumas das vantagens; mas será que seríamos fortes o suficiente para ouvir somente a verdade?

Ouvir a verdade requer maturidade para assimilar o que nos acrescenta e descartar o que pode nos prejudicar. Ter ouvidos para aquilo que muitas vezes não queremos saber (ou nunca imaginávamos ouvir) pode comprometer nossa autoestima, nossos relacionamentos e muitas vezes nossos sonhos e projetos.

Falar a verdade requer coragem para usar as palavras certas nos momentos certos e para as pessoas certas. Não é todo mundo que suporta ouvir a verdade nua, crua e direta. Não é todo mundo que sabe falar a verdade sem machucar. E não é todo mundo que sabe ouvir e interpretar corretamente.

A mentira é o ato de cobrir uma ferida com um band-aid. Muitas vezes é a saída mais fácil e confortável que iremos encontrar: a ferida será escondida para que não tenhamos que lidar mais com ela – mesmo que momentaneamente. E a verdade é o ato de arrancar este band-aid. Cabe a nós mesmos saber o momento certo de arrancar, usando todas as técnicas para que a ferida não seja aberta novamente e o machucado possa cicatrizar o mais rápido possível.

Talvez a gente não saiba viver em um mundo sem mentiras. Grandes ou pequenas, não faz diferença. O que importa é a maneira com que a gente vai lidar quando a verdade vier à tona. Porque uma hora ou outra, quando a gente menos esperar, ela vai aparecer. E isto sim é inevitável. Como meias no Natal.

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2 Comentários
  1. Maria Helena Goulart de Faria   ///   22/09/2014 - 10H41

    …por pior que possa parecer a verdade é a verdade…e como diz o dito popular…”verdade é como rolha…sempre vem a tona”…mas dizer uma mentirinha para não magoar as pessoas…isto não tem como negar….ahahahahah….

  2. Maria Cleo Goulart   ///   22/09/2014 - 12H52

    …….é complicado …..precisa de muuuuito bom senso,cautela para dizer a verdade .
    Por outro lado há mentirinhas “saudáveis “.
    Otimo texto para nossa reflexão……….

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