Uma pausa

Recebi um telegrama

04 ago 2014 • por Caubi • 1 Comentário

No meio da bagunça, encontrei uma caixa. Estava curiosa para saber o que havia ali dentro, naquele canto escondido e empoeirado. Afinal, o que eu poderia ter esquecido que a tempo já não sentia mais falta? Foi quando decidi abrir para ver o que havia ali dentro.

Meu passado. Minha juventude. Minhas conquistas. Minhas alegrias. O diploma do pré primário, de dezembro de 1992. Os telegramas enviados pela minha avó nos meus aniversários. As cartas trocadas com as amigas durante o período das férias escolares. O histórico de conversas no ICQ (sim, hoje ele está na volta mas em 1999 era nossa única ferramenta) com um amor adolescente. A carteirinha da catraca da faculdade. Fotos das viagens e usando uniforme. O diário do verão de 2002.

E antes de espirrar com o cheiro de papel antigo e nostalgia, passou um filme em minha cabeça. Daqueles filmes que aquecem nossos corações. De forma incrível, naquela caixa foi guardado apenas aquilo que era bom e, de certa forma, atemporal. Venha o que vier, ali está parte preciosa da minha história, sem cicatrizes ou tragédias. Acho que ali naquela caixa aprendi que tudo o que nos faz mal a vida leva embora e o que é bom tem que ficar com um espaço no coração e dentro de uma caixa, só pra gente visitar e rever quando bate aquela saudade.

Saudade de tudo o que fui. Das lembranças que vivi. Engana-se aquele que pensa que vivo do passado. Muito pelo contrário: tenho meus dois pés no presente e a cabeça no futuro. Mas e o coração? Ah, o coração ~suspiro~ este é dividido entre os planos que virão, o que estou buscando hoje e o que eu construí para chegar até aqui.

Guardar antiguidades é uma prova de que o tempo foi bem vivido. Aproveitado. Amado. E, de vez em quando, faz bem abrir aquela caixa para lembrar o quanto já fui feliz e continuar acreditando que tenho todos os motivos do mundo para continuar sendo. Sempre.

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1 Comentário
  1. Maria Helena Goulart de Faria   ///   06/08/2014 - 09H52

    Lindo texto…recordar é viver mais uma vez…

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