A arte de receber

Ontem minha irmã me fez uma surpresa e me comprou uma caixa de esfihas de carne de um restaurante árabe aqui do bairro. Quem me conhece bem sabe que tenho uma queda por comida árabe e que se pudesse comeria kibe cru quase todos os dias. Adorei o “presente” e já estava pensando em qual molho de pimenta acompanhar.

Como ela comprou 10 esfihas (daquelas gigantes) – e ela não come carne – chamei minha prima pra comer comigo em casa e batermos um papo. Aproveitei a oportunidade e também chamei minha tia para o lanche, falando que eu iria fazer um chá para que ela pudesse conhecer a minha casa.

Assim como minha mãe me ensinou e depois de tudo o que aprendi ao longo dos anos assistindo ao Ronnie Von, tentei fazer uma mesa caprichada e servir bem minhas visitas para causar uma boa impressão e deixar aquele gostinho de quero mais. Como minha tia também não come carne, quis servir chá com torradas, geleias e patês variados.

Ela ficou feliz com a variedade e então eu fiz a propaganda do patê favorito do namorido: alcachofra. “Ele adora! Ele fala que é leve e saboroso e inclusive outra tia já experimentou e comprou pra deixar na casa dela também.” Então, tentada a provar, minha tia abre o pote e já com a faca para pegar o patê encontra o quê? Mofo. Sim, mofo. Como se tivesse brotado uma plantação de algodão dentro do vidro de alcachofra. Credo. Só de pensar de novo já me dá arrepios. E o carão que passei com a minha tia? Ainda bem que aconteceu com um parente próximo porque se fosse outra pessoa ia abrir um buraco no chão e enfiar a cabeça dentro.

No fim, demos bastante risada, joguei todos os patês fora e minha prima ainda leu no rótulo: após aberto, consumir em até cinco dias. Detalhe: estavam na geladeira há mais de um mês.

Lição do dia: olhar a validade da embalagem antes de convidar as pessoas para jantar.