Uma pausa

As férias da minha vida?

Semana passada fui ao shopping e, logo na entrada, me deparei com uma enorme pista de patinação no gelo. Cheia de crianças, fiquei um tempo observando e lembrando daquele tempo em que eu passava minhas tardes de férias patinando e caindo. Bons tempos aqueles de pernas doloridas, pés gelados e sorriso no rosto.

De volta aos dias de hoje, me diverti por um momento com as quedas e tropeções daqueles que estavam ali aprendendo a patinar e não se importavam nem um pouco em cair ou sequer se preocupavam com a opinião de quem estava do lado de fora.

E ali, mais do que observar, fiquei admirando como aquelas crianças não tinham medo do gelo, dos patins ou de um braço quebrado: talvez muitas até estivessem na pista pela primeira vez mas nenhuma delas demostrou insegurança, medo ou inexperiência. Se houvesse um acidente e alguém tivesse caído, era simples: bastava apenas se levantar, limpar as mãos e continuar patinando. Dando muita risada, é claro.

Foi então que comecei a me perguntar: quando o medo começou a aparecer na minha vida? Em que momento deixei as minhas férias da infância de lado para viver nos dias úteis de adulto repleto de desconfiança e dúvidas? Será que já fui mais corajosa? Onde coloquei a coragem para nadar sem colete salva-vida ou dizer eu te amo sem esperar nada em troca?

Acho que os tropeços e os machucados ao longo da vida nos deixam mais medrosos, receosos e menos ousados para tomar algumas decisões na vida. E de tanto medo, muitas vezes perdemos grandes oportunidades que seriam capazes de mudar tudo para melhor e para sempre.

Tudo deveria ser mais simples. Caiu, levanta. Sapato apertou, tira. Afundou, nade para cima. Quebrou, cola e conserta. Cortou, põe band-aid e vai. Será que na verdade a vida é muito simples mas a gente é que complica demais? Pretendo tirar férias e descomplicar todos os medos que me trouxeram até aqui.

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SobreCaubi

Paulista de sotaque e raízes caipiras. Aquariana, corinthiana, administradora, louca das plantas, eterna romântica e dona de casa amante de panos de prato, potinhos e canecas. Um pouco fotógrafa, aprendiz de escritora, cozinheira em evolução, artesã nas horas vagas e sempre otimista. Dramática e criativa, atravessando os 30 com histórias [quase] normais.

2 comentários

  1. que tal umas férias para Disney sem medo ou vergonha de usar uma chapéu do Pateta ou do Mickey?… as vezes acho que é necessário mesmo bjs.

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